sexta-feira, 23 de março de 2012

Vida e morte de Chico Anysio

Que pessoa, de qualquer idade, não assistiu a pelo menos um único episódio de A Escolinha do Professor Raimundo?

Francisco de Oliveira Paula Filho, vulgo Chico Anysio, iniciou sua carreira na Rádio Guanabara, como ator em rádio novelas. Estreou na TV Rio, em 1957, com o Noite de Gala e desde então, criou mais de 200 personagens.

Chico tinha o dom de trazer alegria para os nossos lares. Bastava ligar a TV e ver o nosso querido Professor Raimundo, que era gargalhada na certa. Um dos únicos humoristas que realmente sabia vender humor. Ele não precisava forçar, usar de artifícios sexuais ou plagiar roteiros. Riamos com ele e não dele.
Mas, como tudo na vida tem fim, com Chico não foi diferente. O humorista esteve internado desde o dia 22 de Dezembro do ano passado e não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. Faleceu aos 80 anos, nesta sexta-feira (23), no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro.

Os anjinhos levaram para o céu um ser humano que inspirava o melhor nas pessoas. Um homem que por trás de toda comédia, era uma mente sábia. Agora é o céu que deve estar repleto de gargalhadas.

Vamos deixar a tristeza de lado e ficar com o melhor de Chico Anysio.
Relembrem os personagens mais marcantes do nosso humorista preferido!

O inesquecível Professor Raimundo!


Padre Miguel


Salomé


Cena de 'Chico Anysio Show'


"Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona."
Gabriel Meilhan

Ele vai em corpo, mas viverá pela eternidade nas nossas lembranças.

Ludmilla Amaral

domingo, 18 de março de 2012

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Nestes últimos tempos, tenho observado que a crueldade com bichinhos de estimação vem crescendo absurdamente. Primeiro, o caso da enfermeira que matou seu cachorrinho, da raça Yorkshire, a pancadas na frente de seu filho pequeno. Agora, nos deparamos com uma pessoa, que se diz SER HUMANO, que maltratou sua cadela de estimação, a chutou, a deixou paralítica e a abandonou.
A primeira, dizia em seu Twitter que amava seus animais, seus filhos e seu marido e que em um momento de loucura e estresse espancou o animal até a morte. Se essa mulher não teve estrutura para segurar a onda com um bichinho, um cachorrinho que nem ao menos consegue falar, quem dirá o que faria com um filho num instante que o mesmo chorasse sem parar.
O segundo, deixou em uma clínica veterinária dizendo tê-la encontrado na rua machucada. Posteriormente, confessou que chutou o animal e feriu sua medula óssea. Hoje, mais de 100 pessoas, do Brasil e do mundo, estão querendo adotar a bonitinha.

Quem já leu o livro O Pequeno Príncipe, publicado em 1943 nos Estados Unidos, pelo autor francês Antoine de Saint-Exupéry, sabe a importância de cuidar daquilo que cativamos.

Essa parte do livro me emociona toda vez que leio:

"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti.
E tu não tens necessidade de mim.

Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.

E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"


Se somos responsáveis por cativar um amigo, um ser humano que sabe falar, dizer o que gosta, gritar por ajuda, imagine quando decidimos adotar um bichinho. Seja ele, um cachorro, um gato, um rato, um peixinho, um macaco, um leão. Eles não têm culpa de não conseguirem dizer quando estão com fome, quando querem passear, quando precisam de carinho e quando estão lá pelos dois anos de idade, não têm culpa de quererem brincar o tempo todo com você.
Não o culpe por querer avançar em alguém para te defender, mas não o deixe cometer injustiças.

Antes de adotar o seu animalzinho, não esqueça que ele fará parte da sua família, irá tomar tempo da sua vida. As vezes vai irritá-lo e muito, mas na maioria das vezes vai te encher de amor e alegria. Assim como um filho, uma mãe, um amigo. Lembrem-se sempre: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Eu tenho minhas duas cadelinhas, uma Lhasa Apso de 12 anos, e uma vira-lata de dois aninhos. Estou com elas quase todo o tempo do meu dia, quando viajo falo com elas pelo telefone. Minha maior felicidade é passear com elas e ver a alegria estampada nos olhinhos pedintes das minhas peludinhas.

Eu as cativeis, e serei eternamente responsável por isso. Não tenho medo de tanta responsabilidade, sou grata por tê-las na minha vida. E olha que as meninas me tiram do sééério...

Ludmilla Amaral

"Artigo 32 da Lei Federal nº. 9.605/98

È considerado crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, doméstico ou domesticados, nativos ou exóticos.

Pena - Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo 1°. - Incorre nas mesmas Penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

Parágrafo 2°. - A Pena é aumentada de 1 (um) terço a 1(um) sexto, se ocorrer a morte do(s) animal(s)."

terça-feira, 6 de março de 2012

Medo! Melhor com ou sem ele?

Eu tenho medo. Medo de ser assaltada, estuprada. Medo de morrer. Medo de perder meus pais, minha irmã, meu namorado, meu avô. Medo de ser péssima na minha profissão. Medo de ver minhas cachorras morrendo. Eu tenho medo de tudo e acho isso bom. Se eu não tivesse medo de ser assaltada ou estuprada, não tomaria cuidado ao andar pelas ruas de São Paulo. Se não tivesse medo de morrer, não iria ao médico fazer exames rotineiros. Se eu não tivesse medo de perder meus pais, minha irmã, meu namorado e meu avô, não os trataria com todo o carinho, sempre dizendo o quanto os amo. Se eu não tivesse medo de ser péssima na minha profissão, não faria de tudo para tentar ser a melhor. Se não tivesse medo de ver minhas cachorras morrendo, não cuidaria delas, não passearia com elas e não faria da vida delas a melhor possível.

Há algum tempo, postei no meu facebook a música: "Medo, eu não te escuto mais. Você não me leva a nada". Mentira! Eu pensei, pensei. O medo, me leva a tudo. Sou uma pessoa melhor graças ao meu medo. Eu escuto você, medo.

Eu gosto de ter medo ou apreensão, pavor, terror, pânico, - como preferirem - mas não deixo que este sentimento tome conta de mim, me paralisando. O negócio é tomar cuidado. O medo serve pra te ajudar a tomar algumas atitudes, e não transformá-lo em um parasita que não

se ausenta do lar.

Já dizia Marla Queiroz: Não é a vida que dificulta as coisas, as pessoas é que tem muito medo de mudar pra arriscar uma felicidade que não é garantida. Todo mundo tem um trauma, um medo, algo que paralise, mas transformar isso em espaço pra crescer, pouca gente faz.


Ludmilla Amaral